Em 2015, o setor imobiliário em Salvador chegou ao pior resultado de vendas e lançamento de unidades desde em 2009. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa na sede da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-ba), em Salvador, na manhã desta terça-feira (23). O balanço foi divulgado pelo presidente da entidade, Luciano Muricy Fontes, e pelo diretor de marketing, José Azevedo.
Foram 3.443 imóveis vendidos no ano passado na capital baiana, menor número registrado em relação aos seis anos anteriores. O ano de 2014 registrou 5.019 vendas em Salvador; o ano de 2013, 3.878; em 2012, 4.662; em 2011, 5.782; em 2010, 9.679; em 2009, 8.694.
Já os lançamentos de unidades em Salvador foram apenas 895 no ano de 2015, comparados aos 2.092 do ano de 2014. Nos anos anteriores, de 2013 a 2009, os números foram, respectivamente, 2.410, 2.306, 7.885, .9544 e 6.073.
Levando em consideração todo a Bahia, entre 2014 e 2015, o número de unidades lançadas caiu em torno de 5%, saindo de 4.285 para 4.060. A quantidade de imóveis vendidos decresceu cerca de 7%, ao registrar 6.819 vendas no ano passado comparado aos 7.345 do ano anterior.
O presidente da Ademi-BA diz que o cenário de crise política e econômica no país contribuiu para o resultado. “A gente está vivendo situação de truculência política e econômica e o mercado imobiliário está inserido nesse contexto. O que vimos em 2015 foi a taxa Selic subir de 7% para 14%. Isso prejudicou a cardeneta de poupança que financia os imóveis de classe média e classe alta. Isso significa menos dinheiro para crédito imobiliário e taxas mais altas. Por isso, naturalmente, empresas seguraram lançamentos. Por isso, o Minha Casa, Minha Vida teve participação quase total nos lançamentos em 2015”, aponta..
As unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no estado chegaram a corresponder a 94% dos lançamentos de imóveis registrados pela associação no ano passado. Entre os 4.285 lançamentos de 2015 na Bahia, 3.974 foram do MCMV. Só em Salvador, foram 584 unidades do programa lançados em relação aos 895 lançados no total.
A associação aponta que no ano de 2016, quatro fatores podem contribuir para a melhoria do cenário: o novo PDDU [Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU)] que deve ser lançado em Salvador, a oferta e o preço de imóveis em queda, além do bônus demográfico, ou seja, o aumento populacional.
“É um momento bom para compra. Apesar de ser momento ruim para poupança, os bancos estão emprestando. Tem empresa vendendo imóvel abaixo do preço de custo. Isso está convidativo. Tem imóveis vendidos com 30% de descontos”, diz o presidente da Ademi.
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